quinta-feira, 26 de maio de 2016

Bloco 1: Físico-Química
Aluna : Stefane Adriene Arruda Lima
Propriedades Físico-Química dos lipídeos

O termo lipídios descreve qualquer composto criado por organismos vivos que resiste à reação com a água. O grupo é constituído por gorduras, hormônios, óleos e membranas. As gorduras e óleos servem para armazenar e isolar energia, os hormônios são usados como mensageiros entre as células. As membranas celulares compostas por lipídios formam a parede exterior das células de animais e as barreiras no interior delas. Os lipídios têm várias propriedades físicas e químicas e, por isso, são apropriados para essas funções.
Estrutura anfipática
Os lipídios que formam as membranas celulares são geralmente estruturas anfipáticas. Isso significa que uma extremidade de cada molécula de lipídeo é atraída para a água e a outra a repele. Quando as moléculas lipídicas são submersas em água, como em células vivas, essa propriedade automaticamente força o alinhamento dos lipídios para criarem uma barreira natural contra a água. Essa barreira funciona como a membrana externa de uma célula, permitindo que trabalhem em conjunto e se adaptem à estrutura de alguma parte do corpo.
Estrutura química
Para entender como os lipídios repelem a água com uma extremidade e a atraem com a outra, é preciso entender comofunciona estrutura química básica de sua molécula e a da água. As moléculas de água são naturalmente polares, ou seja, um lado possui carga positiva e, o outro, negativa. Os lipídios não possuem um íon de hidrogênio em uma extremidade, o que os torna estruturas de carga positiva e hidrofílicas, ou atraídas pela água. A outra extremidade tem íons equilibrados, não possui carga e, portanto, é hidrofóbica, ou repelida pela água.
Componentes
Em geral, os lipídios são compostos por quatro componentes: triglicérides, colesterol, ésteres de colesterol e fosfolipídios. Os triglicerídeos e os ésteres de colesterol constituem o núcleo hidrofóbico da molécula lipídica.
Colesterol
O colesterol é um lipídeo que tem recebido muita atenção médica pelo seu potencial de causar doenças cardiovasculares e derrame. Essa molécula é produzida no corpo e é absorvida e liberada na circulação sanguínea a partir de alimentos consumidos. Ela se apresenta em duas formas: como lipoproteína de alta densidade, ou HDL, e lipoproteínas de baixa densidade, ou LDL. Níveis elevados de LDL na corrente sanguínea podem facilmente tornar-se um risco para a saúde, já que a molécula de lipídeo pode se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos e, em conjunto com outras substâncias, formar placas de gordura. Essas placas provocam a constrição dos vasos reduzindo o fluxo de sangue. Acredita-se que o HDL, a forma boa de colesterol, faz o LDL retornar para o fígado, onde ele pode ser adequadamente processado e excretado. Por essa razão, o HDL em níveis adequados pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares.
Importância
É importante que os lipídios sejam capazes de se mover livremente entre a água e outras gorduras, porque, muitas vezes, eles são usados como mensageiros de dentro de uma célula ou através do corpo inteiro. Os lipídios também formam estruturas atômicas muito densas, portanto uma única molécula pode conter diversas ligações que podem ser utilizadas para armazenar e liberar energia química.

  

Bloco 1: Físico-Química
Aluna: Stefane Adriene Arruda Lima
Digestão e absorção de proteínas e lipídeos   

                        

Tal como os glicídeos, também as proteínas e os lipídeos da dieta são hidrolisados durante o processo digestivo por ação catalítica de enzimas. O ambiente em que estas enzimas atuam também é importante e, neste contexto, tem importância a secreção de ácido clorídrico pelas células parietais do estômago, a neutralização deste ácido pelo bicarbonato presente no suco pancreático e na bílis e a emulsificação das gorduras (dispersão em gotículas) por ação dos sais biliares, dos fosfolipídeos, da temperatura e dos movimentos peristálticos do estômago e intestino. 2- O ácido clorídrico é segregado nas células parietais do estômago podendo o pH do estômago ser da ordem de 1-2. O processo envolve a conversão do CO2 em ácido carbónico por ação catalítica da anídrase carbónica (ver Equação 1) e a subsequente dissociação do ácido carbónico em HCO3 - + H+ no citoplasma das células parietais. No polo apical destas células a ATPase do H+ /K+ catalisa a troca de H+ que sai (contra gradiente) por K+ que entra (também contra gradiente); a componente exergónica do processo é a hidrólise do ATP. No transporte de Cl- do sangue para o lúmen estão envolvidos transportadores: no polo basal existe um antiporter que troca Cl- (que entra) por HCO3 - (que sai); no polo apical existe um canal iónico que permite a saída do Cl- para o lúmen. Assim quando as células parietais são estimuladas a segregar ácido clorídrico o bicarbonato que resultou da dissociação do ácido carbónico vai alcalinizar o plasma sanguíneo. As células que forram o estômago não são normalmente agredidas pelo ácido porque estão protegidas pelo muco. O pH ácido do estômago tem importância na digestão gástrica porque é o pH ácido é adequado para a ação das enzimas que aqui atuam (lípase gástrica e pepsina) e provoca desnaturação das proteínas da dieta facilitando a sua digestão. A estimulação da secreção ácida resulta de estímulos nervosos (via nervo vago), da ação parácrina da histamina (sintetizada por células da própria mucosa gástrica) e da hormona gastrina. A gastrina é sintetizada por células endócrinas localizadas na mucosa gástrica e, para além de estimular a secreção de ácido, também estimula a secreção das enzimas digestivas gástricas por células que são designadas de principais.
Equação 1 CO2 + H2O → H2CO3
No duodeno o ácido do estômago é neutralizado pelo HCO3 - dos sucos pancreático e biliar. O pH 7-8 do lúmen intestinal é adequado para a ação das enzimas digestivas pancreáticas e intestinais. No pâncreas, o bicarbonato é sintetizado e segregado num processo em que também participa a anídrase carbónica (ver Equação 1) e que ocorre nas células dos canalículos pancreáticos. O estímulo para esta secreção tem origem na secretina, uma hormona sintetizada por células endócrinas situadas no epitélio intestinal. A secretina também tem ação estimuladora na secreção exócrina pancreática de enzimas digestivas mas, neste papel, tem maior relevância a colecistocinina. A colecistocinina é uma outra hormona sintetizada por outras células endócrinas situadas no mesmo epitélio intestinal e, para além de estimular a secreção de enzimas digestivas pancreáticas (nas células acínares), também estimula a contração da vesícula biliar e a consequente descarga de bílis no lúmen duodenal. 4- As proteínas são importantes componentes da dieta. As proteínas são formadas por aminoácidos ligados entre si (numa cadeia linear) por ligações covalentes que os químicos designam por ligações amida. No caso particular das proteínas e dos peptídeos essas ligações também se costumam designar por ligações peptídicas. A hidrólise destas ligações leva à separação de grupos carboxílicos e amina. A hidrólise completa de uma proteína leva à separação dos resíduos dos aminoácidos componentes dessa proteína. O aminoácido mais simples é a glicina (CH2NH2COOH) que contém apenas dois carbonos, nenhum deles assimétrico. Os aminoácidos que fazem parte das proteínas são todos α-aminoácidos e, com exceção da glicina (que não tem enantiómeros), são todos de tipo L: quando os carbonos 1, 2 e 3 estão alinhados na vertical, o carbono 2 (ou α) está no plano do papel e os carbonos 1 e 3 estão atrás do plano, o grupo NH2 ligado no carbono 2 está voltado para a esquerda. Também ligado ao carbono 2 dos diferentes aminoácidos existe uma “cadeia lateral” (1) que pode ser simplesmente um hidrogénio (como no caso da glicina), (2) um grupo metilo (como no caso da alanina), (3) uma cadeia alifática ramificada (como nos casos da valina, leucina e isoleucina), (4) conter um grupo hidroxilo (como nos casos da serina, treonina, tirosina, hidroxilisina e hidroxiprolina), (5) conter um átomo de enxofre (como nos casos da cisteína e metionina), (6) conter grupos carboxílicos ou as respetivas amidas (como nos casos do aspartato, asparagina, glutamato e glutamina), (7) conter grupos básicos (como nos casos da arginina, lisina, hidroxi-lisina e histidina), (8) conter anéis aromáticos (como nos casos da histidina, tirosina, fenilalanina e triptofano) ou (9) conter um amina secundária (como nos casos prolina e hidroxiprolina). 5- Na digestão das proteínas (quer as da dieta quer as endógenas que são vertidas no lúmen do tubo digestivo) participam protéases (hidrólases de proteínas) com origem nas células principais do estômago (pepsina), nas células acinares pancreáticas (tripsina, quimotripsina, elástase e carboxipeptídase A e B) e nos enterócitos (endopeptídases, aminopeptídases e dipeptídases). Por ação destas enzimas ocorre rotura das ligações peptídicas das proteínas gerando-se peptídeos com tamanho cada vez menor e, no final do processo, aminoácidos. A pepsina, a tripsina, a quimotripsina, a elástase e a endopeptídase intestinal dizem-se endopeptídases porque catalisam a rotura de ligações peptídicas situadas no “interior” da estrutura primária dos seus substratos. Pelo contrário, as carboxipeptídases (libertam o aminoácido da extremidade carboxílica), as aminopeptídases (libertam o aminoácido da extremidade amina) e as dipeptídases dizem-se exopeptídases porque atuam em ligações peptídicas das extremidades e da sua ação catalítica resulta a libertação de aminoácidos. Embora sejam muito inespecíficas cada uma das peptídases atua preferencialmente em ligações peptídicas que envolvam determinados aminoácidos; estas “preferências” são diferentes de enzima para enzima. As peptídases digestivas são capazes de catalisar a hidrólise das proteínas da dieta, das proteínas que fazem parte das células da mucosa que “descamam” (em constante renovação) assim como das próprias enzimas digestivas (também elas são proteínas). De facto, se admitirmos uma ingestão diária de cerca 60-80 g de proteínas na dieta, uma massa semelhante de proteínas endógenas é vertida no lúmen digestivo e apenas uma fração menor (cerca de 10 g/dia) de produtos de origem protéica aparece nas fezes.
A pepsina é segregada no estômago como um zimogénio inativo (pepsinogénio) que, em contacto com o pH ácido do estômago, se hidrolisa gerando a enzima ativa (pepsina) e um polipeptídeo inativo (ver Equação 2). A separação do polipeptídeo torna o centro ativo da enzima acessível aos seus substratos. A ativação do pepsinogénio também ocorre por autocatálise: a própria pepsina tem atividade hidrolítica sobre o pepsinogénio promovendo a ativação deste a pepsina.
Equação 2 zimogénio + H2O → enzima ativa + polipeptídeo inativo
As protéases de origem pancreática também são segregadas como zimogénios inativos: o tripsinogénio, o quimotripsinogénio, a pró-elástase e as pró-carboxipeptídases A e B. No duodeno, a enteropeptídase (também impropriamente designada de enteroquínase), que é uma protéase situada no lado externo da membrana apical dos enterócitos, catalisa a hidrólise do tripsinogénio levando (de maneira semelhante ao caso do pepsinogénio; ver Equação 2) à formação de tripsina. A tripsina formada, também por ação hidrolítica, ativa o próprio tripsinogénio mas a sua atividade é maior quando atua no quimotripsinogénio, na pró-elástase e nas pró-carboxipeptídases A e B; nestes casos formam-se, respetivamente, a quimotripsina, a elástase e as carboxipeptídases A e B.
Da ação combinada das enzimas proteolíticas pancreáticas e da pepsina resultam alguns aminoácidos livres e polipeptídeos, mas a digestão destes últimos continua por ação de ectoenzimas (endopeptídases, aminopeptídases e dipeptídases) ancoradas na membrana apical dos enterócitos mas com o centro ativo voltado para o lúmen. Estes processos podem levar à formação de aminoácidos livres no lúmen intestinal mas a absorção pode ocorrer em fases menos avançadas da digestão das proteínas.
A absorção ocorre nos enterócitos, cuja membrana apical tem múltiplas projeções em forma de “dedo” que se designam de microvilosidades: ao conjunto dá-se o nome de bordadura em escova. A absorção das proteínas é um processo complexo podendo fazer-se na forma de aminoácidos, de dipeptídeos, de tripeptídeos ou mesmo de proteínas inteiras. A absorção de proteínas inteiras ocorre por pinocitose sendo comum nos bebés e menos frequente no adulto. No polo apical dos enterócitos o transporte dos aminoácidos envolve vários simporters em que, na maioria dos casos, o Na+ é cotransportado com os aminoácidos (transporte ativo secundário em que o componente exergónico é o transporte de Na+ ). No caso de aminoácidos com carga global positiva (como a arginina e a lisina) otransporte também depende da ação da ATPase do Na+ /K+ já que a energia envolvida no processo é o potencial elétrico negativo no interior das células. No caso dos di- e tripeptídeos o único transportador conhecido é um simporter peptídeo/H+ (PEPT1) altamente inespecífico relativamente aos aminoácidos constituintes do peptídeo transportado [2]. A energia envolvida neste transporte é a que resulta do gradiente eletroquímico do protão. Os protões têm tendência a entrar nas células devido ao potencial elétrico ser negativo no interior, acoplando (via PEPT1) a entrada de di- e tripeptídeos. Os protões presentes no lúmen resultaram da ação de um trocador Na+ /H+ que catalisa a troca de um protão que sai por um ião Na+ que entra a favor do gradiente eletroquímico.
Os di- e tripeptídeos e outros peptídeos incompletamente digeridos que foram absorvidos são maioritariamente hidrolisados por peptídases do citoplasma dos enterócitos. No polo basal dos enterócitos os múltiplos sistemas transportadores de aminoácidos são distintos dos que existem no polo apical e, na maioria dos casos, são uniporters, não envolvendo cotransporte de iões inorgânicos. Na maioria dos casos os aminoácidos que entraram para os enterócitos ou foram aí libertados via hidrólise de peptídeos entram na corrente sanguínea através do sistema porta hepático. No entanto, alguns aminoácidos (com particular destaque para a glutamina) são, em grande parte, oxidados nos enterócitos sendo aqui importantes nutrientes do ponto de vista energético.
Os lipídeos são um grupo heterogéneo de compostos que, em geral, são praticamente insolúveis na água e solúveis em solventes orgânicos. As gorduras existem sobretudo no tecido adiposo, são os mais abundantes componentes lipídicos da dieta (mais de 90%) e são misturas de diferentes tipos de triacilgliceróis. Os triacilgliceróis são ésteres de ácidos gordos e glicerol. Os ácidos gordos podem ser saturados (sem duplas ligações) ou insaturados (contendo duplas ligações que, no caso dos lipídeos naturais, estão sempre na configuração cis). Os ácidos gordos denominam-se de acordo com o número de carbonos e, no caso de existirem, com o número e localização das duplas ligações. São exemplos de ácidos gordos saturados: o butírico (4C), o palmítico (16C), o esteárico (18C) e o araquídico (20C). São exemplos de ácidos gordos insaturados: o palmitoleico (16:1;9), o oleico (18:1;9), o linoleico (18:2;9,12), o α-linolénico (18:3;9,12,15) e o araquidónico (20:4;5,8,11,14). A esmagadora maioria dos ácidos gordos da dieta estão esterificados sendo componentes dos triacilgliceróis; os mais abundantes são o oleico, o palmítico e o linoleico.
Para além dos triacilgliceróis também fazem parte da dieta os componentes lipídicos das membranas de que destacamos os glicerofosfolipídeos e o colesterol. Os colesterídeos (ésteres de colesterol) formam gotículas no citoplasma das células e também fazem parte da dieta normal. Entre os glicerofosfolipídeos têm especial importância as lecitinas. As lecitinas (também designadas por fosfatidil-colina) são formadas por glicerol ligado nos carbonos 1 e 2 a dois resíduos de ácidos gordos e no carbono 3 a um resíduo de fosfato por sua vez ligado a um resíduo de colina. Para além de serem componentes da dieta, as lecitinas e o colesterol também são componentes da bílis que é vertida no lúmen duodenal durante a digestão.
A dispersão (emulsificação) das gorduras é um passo importante na digestão dos lipídeos consistindo na diminuição do tamanho das gotículas de gordura. Esta diminuição faz com que aumente a superfície de contacto entre as fases gorda e aquosa (onde estão as enzimas) do lúmen intestinal. No processo de emulsificação participam, para a além da temperatura corporal e dos movimentos peristálticos, substâncias que têm ação detergente. Os detergentes são substâncias com propriedades anfipáticas; na digestão são importantes os sais biliares, os fosfolipídeos da dieta e de secreção biliar assim como os próprios produtos da digestão dos lipídeos. As enzimas envolvidas na digestão dos lipídeos são todas estérases (porque catalisam a rotura hidrolítica de ligações éster) e em todos os casos um dos produtos é um ácido gordo.
Na hidrólise dos triacilgliceróis participam a lípase gástrica e a lípase pancreática. A lípase pancreática tem atividade ótima quando ligada a uma outra proteína de origem pancreática, a colípase. Por ação catalítica destas lípases formam-se como produtos maioritários os ácidos gordos e o 2- monoacilglicerol (ver Equação 3). Na hidrólise dos fosfolipídeos tem importância uma fosfolípase de tipo A2 (ver Equação 4); por ação desta enzima geram-se lisofosfolipídeos (glicerofosfolipídeo sem o ácido gordo do carbono 2) e ácidos gordos. Na hidrólise dos colesterídeos participa a estérase dos ésteres de colesterol que leva à formação de colesterol e ácidos gordos (ver Equação 5). De facto, esta enzima é altamente inespecífica e pode catalisar a hidrólise de outros ésteres (como, por exemplo, o 2- monoacil-glicerol) assim como as ligações amida de esfingolipídeos [4]. A lípase pancreática, a fosfolípase A2 e a estérase dos ésteres de colesterol são, tal como as outras enzimas digestivas pancreáticas, segregadas pelas células acínares.
Equação 3 triacilglicerol + 2 H2O → 2-monoacilglicerol + 2 ácido gordo
Equação 4 glicerofosfolipídeo + H2O → lisofosfolipídeo + ácido gordo
Equação 5 colesterídeo + H2O → colesterol + ácido gordo
Tal como na digestão, os sais biliares também têm um papel essencial na absorção dos produtos da digestão lipídica. Estes produtos e os sais biliares combinam-se formando micelas que se designam por micelas mistas. Junto da bordadura em escova o ambiente é hidrofílico. O contacto entre os produtos da digestão dos lipídeos (também eles lipídeos) e a membrana apical dos enterócitos só é possível quando estes produtos estão, nas micelas mistas, complexados com os sais biliares. Junto do polo apical dos enterócitos, estes produtos libertam-se das micelas mistas e são absorvidos. Admite-se que uma parte dos produtos da digestão dos lipídeos seja absorvida sem a intervenção de transportadores proteicos. No entanto, também existem dados que apontam para a intervenção de transportadores nos casos dos ácidos gordos de cadeia longa (10-18C), do 2-monoacilglicerol [5] e do colesterol [6]. No caso do colesterol o transportador é conhecido pela sigla NPC1L1 (a expressão inglesa que o designa poderá ser traduzida por “Proteína 1 semelhante à proteína afetada na doença de Niemann-Pick C1”). A atividade do NPC1L1 é inibida pela ezetimiba, um medicamento que é usado com o objetivo de baixar a concentração de colesterol no plasma sanguíneo.
Os ácidos gordos de cadeia curta e cadeia média são relativamente pouco abundantes e são absorvidos para veia porta. Algum glicerol que se forma no processo digestivo também é absorvido da mesma forma. Os outros ácidos gordos sofrem, dentro dos enterócitos, re-esterificação. A formação dos triacilgliceróis a partir dos ácidos gordos e do 2-monoacilglicerol envolve a prévia “ativação” dos ácidos gordos: numa reação catalisada pela sintétase de acil-CoA, os ácidos gordos reagem com o ATP e a coenzima A (CoA) gerando-se como produtos acil-CoA, AMP e pirofosfato (ver Equação 6). O resíduo acilo do acil-CoA é depois, por ação catalítica de transférases de acilo, transferido para as posições 1 e 3 do 2-monoacilglicerol com a consequente regeneração dos triacilgliceróis (ver Equação 7 e Equação 8). Por mecanismos enzímicos semelhantes (que envolvem a “ativação” prévia dos ácidos gordos) também os fosfolipídeos e os ésteres de colesterol são regenerados. Os lipídeos combinam-se com proteínas de síntese endógena em complexos lipoproteicos denominados quilomicra. Os quilomicra, vertidos no polo basal dos enterócitos, seguem primeiro nos linfáticos que confluem no canal torácico e são depois vertidos na corrente sanguínea numa veia central.
Equação 6 ácido gordo + CoA + ATP → acil-CoA + AMP + PPi
Equação 7 2-monoacilglicerol + acil-CoA → 1,2-diacilglicerol + CoA
Equação 8 1,2-diacilglicerol + acil-CoA → triacilglicerol + CoA
Ao contrário dos aminoácidos e dos glicídeos, que passam através do fígado antes de atingirem a circulação geral, os lipídeos, na sua esmagadora maioria, não são absorvidos via sistema porta hepático. Devido à lentidão dos processos que envolvem a digestão e a absorção dos lipídeos assim como a síntese e o transporte dos quilomicra via linfáticos para o sangue, a concentração de quilomicra no plasma sanguíneo só atinge um máximo 3 a 5 horas após as refeições.




1Matthews, D. E. (2006) Proteins and aminoacids in Modern Nutrition in Health and Disease (Shils, M. E., ed) pp. 23- 61, Lippincott, Phyladelphia. 2. Daniel, H. (2004) Molecular and integrative physiology of intestinal peptide transport, Annu Rev Physiol. 66, 361-84. 3. Wu, G. (1998) Intestinal mucosal amino acid catabolism, J Nutr. 128, 1249-52.4. Lombardo, D. (2001) Bile salt-dependent lipase: its pathophysiological implications, Biochim Biophys Acta. 1533, 1- 28. 5. Murota, K. & Storch, J. (2005) Uptake of micellar long-chain fatty acid and sn-2-monoacylglycerol into human intestinal Caco-2 cells exhibits characteristics of protein-mediated transport, J Nutr. 135, 1626-30. 6. Altmann, S. W., Davis, H. R., Jr., Zhu, L. J., Yao, X., Hoos, L. M., Tetzloff, G., Iyer, S. P., Maguire, M., Golovko, A., Zeng, M., Wang, L., Murgolo, N. & Graziano, M. P. (2004) Niemann-Pick C1 Like 1 protein is critical for intestinal cholesterol absorption, Science. 303, 1201-4.

domingo, 22 de maio de 2016

Bloco 2: Bioquímica - ALUNA: Nadia Seledonio R. Albuquerque - Gorduras Saturadas X Dietas.

Gorduras saturadas causam inflamação no sistema nervoso *

              A gordura é cenários de muitos expectadores há muitos anos. Por isso, as pessoas sabem muito sobre os malefícios à saúde do colesterol, da gordura saturada, da gordura trans e outras. Porém, sabem muito pouco da necessidade e de suas importantes funções fisiológicas, como a estrutural (membranas celulares), de síntese de hormônios esteróides (os sexuais, por exemplo), no processo inflamatório (síntese de prostaglandinas), no revestimento de neurônios (bainha de mielina) e na sinalização entre células (diacilglicerol), entre outras. 
            Devido a todas essas funções acima, a gordura deve estar presente na dieta numa proporção de 25% (cerca de 60 g/dia) da necessidade energética, suplantando a proporção de proteínas, que deve ser de 15%.                             
              Portanto, as gorduras, incluindo o colesterol que é utilizado para síntese dos hormônios esteróides, não são “más”. O problema com as gorduras é o excesso, tanto na dieta como aquela acumulada no tecido adiposo distribuído pelo corpo. Quantidades próximas de 10 e 20 Kg são consideradas normais em homens e mulheres, respectivamente. Acima disso, caracteriza­se sobrepeso, que pode evoluir para a doença obesidade.               As diferentes gorduras (com exceção do colesterol) podem provocar sobrepeso. As gorduras saturadas presentes principalmente em alimentos animais, as gordura insaturadas presentes principalmente em alguns alimentos vegetais e as gorduras trans presentes em alguns alimentos processados possuem o mesmo valor calórico (9 Kcal/g) e são armazenadas, marcantemente quando consumidas em excesso (70 g ou mais por dia).  
              A dieta ocidental, incluindo a brasileira, é abundante em carnes, laticínios, embutidos e ovos, todos alimentos ricos em gordura saturada. Isso, mais do que levar à obesidade pelo simples armazenamento da gordura, pode também levar a danos em órgãos e tecidos, inclusive no sistema nervoso, em seus centros de controle do consumo alimentar. Especificamente no hipotálamo, que é uma estrutura do sistema nervos que possui grupos de neurônios que integram diversos sinais sobre o consumo (ou falta dele) alimentar e desencadeiam respostas. 
           Os neurônios denominados orexígenos constituem o centro da fome e os neurônios denominados anorexígenos constituem o centro da saciedade. Os neurônios orexígenos são estimulados durante o estado de jejum (3 h ou mais da última refeição) e provocam a sensação de fome, enquanto os neurônios anorexígenos são estimulados durante e logo após as refeições, provocando a sensação de saciedade. 
           A relação das gorduras saturadas com estes neurônios pode ser considerada como um processo de intromissão indevida. Os neurônios possuem uma proteína receptora em sua membrana, chamada de TLR4, que serve para a ligação de antígenos (agentes estranhos ao corpo, tais como bactérias e vírus).
             Acontece que os ácidos graxos (um dos tipos de gorduras presentes no sangue) saturados originados da dieta ou produzidos pelo próprio corpo, podem também se ligar às proteínas TLR4 dos neurônios e essa ligação aumenta quando há aumento crônico do consumo de gorduras saturadas (dieta hiperlipídica). 
            A ligação dos ácidos graxos saturados provoca efeito semelhante aquele causado pela ligação de um antígeno, que vem a ser o aumento da produção de proteínas pró­inflamatórias. 
            O aumento destas proteínas e o conseqüente processo de inflamação desencadeiam a resistência aos sinais dos hormônios insulina e leptina (que causam a saciedade) e também a morte dos neurônios. 
           Estudo do grupo do professor Lício A. Velloso da UNICAMP publicado na revista científica PLoS One (High­fat diet induces apoptosis of hypothalamic neurons. PLoS One, 4(4): e5045, 2009) demonstrou experimentalmente que ambos os neurônios orexígenos e anorexígenos morrem nesta condição, porém a morte não é proporcional. Por algum motivo morrem mais neurônios anorexígenos responsáveis pela saciedade do que neurônios orexígenos responsáveis pela fome. 


          A conseqüência é que a sensação de saciedade fica mais prejudicada do que a sensação de fome, fazendo com que o indivíduo continue a comer e a acumular mais gordura. Assim, as dietas hipercalóricas e ricas em gordura, que levam ao ganho de peso, são especialmente prejudiciais. Mas também podemos pensar que as dietas para emagrecimento pobres em carboidratos e ricas em gorduras podem ser igualmente danosas em termos de equilíbrio entre os neurônios que controlam a fome e a saciedade.

 Fonte: Prof. Dr. Jair Rodrigues Garcia Junior . 26 fevereiro 2010 22/05/2016 Sinomar Calmona ­ Colunismo Social. http://www.sinomar.com.br/portal/conteudo­print.asp?codigo=4883&page=58 2/2 Serviço: Prof. Dr. Jair R. Garcia Junior Docente do Curso de Educação Física da UNOESTE.



Bloco 2: Bioquímica - ALUNA: Nadia Seledonio R. Albuquerque - Dietas: Prós e Contras


 Prós e Contras de algumas dietas


            Resultados rápidos nem sempre significam resultados duradouros e saudáveis Existe uma quantidade crescente de dietas que variam de acordo com a criatividade de seus idealizadores: dietas das proteínas, dieta da “USP”, dieta da sopa, dieta da fruta, dieta do glúten, dieta do índice glicêmico, dentre outras. 
            Como podemos saber qual a dieta adequada? Qual proporciona maior redução de peso? Qual é mais saudável? Na verdade, qualquer alteração alimentar, que proporcione redução calórica irá provocar o efeito de perda de peso – pelo menos no início. Quando se restringe a quantidade de calorias fornecidas pela alimentação, o corpo busca energia em suas reservas de gordura e de massa muscular. Quando essa restrição é muito grande, a quantidade de energia fornecida é insuficiente para a recuperação muscular, o que causa perda de massa magra. Tanto a perda de gordura quanto a de músculos promove diminuição do peso total. 
            No entanto o músculo é um tecido mais ativo que a gordura e sua perda provoca desaceleração do metabolismo, ou seja, diminuição do gasto calórico por dia. Assim, quanto mais músculos se perde, menos energia se gasta e mais difícil será continuar com a perda de gordura
            Portanto a dieta ideal é aquela que o indivíduo consegue se adaptar, perder gordura e preservar a massa muscular e a saúde. Assim, a seguir esclareceremos alguns prós e contras de algumas dietas. 

I – Dietas da Proteína, Dieta da USP, ou Dieta do Dr.Atkins.
Descrição: Essas dietas propõem uma redução drástica no consumo de carboidratos. Permitindo a ingestão de proteínas e gorduras. Alimentos como carnes, queijos, ovos, leites com restrição de carboidratos, podem ser consumidos à vontade. Outros com quantidades pequenas de carboidratos podem ser incluídos com parcimônia: castanhas, nozes, verduras.
Prós: Não há restrição de quantidade, desde que o a Prós: limento esteja dentro do grupo permitido. Em algumas pessoas essas dietas proporcionam maior saciedade, tanto pela quantidade de alimentos consumidos, quanto pelo maior poder de saciedade das gorduras e proteínas quando comparadas aos carboidratos. Causam rápida perda de peso nos primeiros 7 a 15 dias.

Contras: São dietas não balanceadas, por excluírem vários grupos alimentares; causando deficiências de vitaminas, minerais e fibras, principalmente presentes em frutas, verduras e cereais integrais. O consumo acentuado de gorduras promove o aumento de LDL - colesterol (colesterol “ruim”), podendo levar à aterosclerose (depósito de gordura nos vasos sanguíneos e entupimento dos mesmos); além de aumentar o depósito de gordura no fígado, podendo causar esteatose hepática (fígado gorduroso). 

OBS: O cérebro utiliza a glicose como fonte de energia; sem carboidratos consumidos para fornecer esta glicose o corpo é forçado a realizar uma reação no fígado que transforma gordura em glicose; no entanto esta reação produz várias substâncias tóxicas para o nosso organismo: os corpos cetônicos. Estas substâncias promovem um estado de cetose em nosso corpo, o que leva a náuseas, fraqueza, enjôos, dores de cabeça, e mau hálito; em casos graves pode levar ao coma. Para atletas e praticantes de atividade física, a exclusão do carboidrato pode prejudicar a prática de exercícios e a recuperação muscular: causando queda no rendimento e perda de músculos. A perda rápida de peso ocorre principalmente por perda de água e glicogênio muscular (glicose estocada nos músculos – que auxilia no desempenho durante os exercícios).

 II – Dieta da Sopa e Dieta das Frutas (ou das frutas ou verduras)
Descrição: Substituição das refeições por sopas ou por frutas e verduras.  
Prós:  Não há restrição de quantidade e a perda de peso ocorre rapidamente nos primeiros dias.

Contras: Este “benefício” de rápida perda de peso ocorre devido à restrição severa de calorias. É uma dieta muito difícil de seguir por ser muito restritiva. Nestas dietas ocorre uma insuficiência de proteínas, minerais e vitaminas lipossolúveis, podendo levar a carências no organismo. Essa restrição pode levar à “ânsia” por outros alimentos não permitidos, trazendo o efeito rebote. A perda de massa muscular é intensa, pois não há energia suficiente para recuperação e manutenção dos músculos. 


III – Dieta do Glúten
Descrição: Na dieta do glúten propõe-se a eliminação do consumo de glúten (glúten é uma proteína presente nos cereais: trigo, centeio, cevada e aveia). Os defensores desta dieta afirmam que o glúten é responsável por várias doenças do mundo moderno: diabetes, obesidade, colesterol e triglicerídeos elevados, problemas intestinais, dentre outros. 
Prós: Esta dieta pode ser balanceada, desde que se substituam os cereais proibidos por alimentos equivalentes como: polvilho, batata, arroz, milho, fubá, mandioca... Ocorre perda de peso caso se elabore uma dieta restritiva. Caso seja uma dieta hipercalórica, não proporcionará a perda de peso esperada. Para indivíduos com doença celíaca (caracterizada por uma alergia ao glúten que induz à produção de anticorpos que agem no intestino delgado, atrofiando-o) a retirada do glúten é um tratamento eficaz para controlar os sintomas da doença: diarréia, distensão abdominal, fraqueza, desnutrição.
Contras: A eliminação do glúten da dieta acarreta a eliminação de vários alimentos ricos em carboidratos. Caso estes cereais proibidos não sejam substituídos, pode ocorrer falta de energia, ocasionando fraqueza, dor de cabeça e perda de massa muscular. 

OBS: Não existe embasamento científico na afirmação de que o glúten cause problemas de saúde em pessoas não alérgicas ou sensíveis a ele. Caso o indivíduo seja alérgico, sua eliminação é realmente imperativa para a melhora da saúde (assim como no caso de qualquer outra alergia, a substância alergênica deve ser eliminada).
         
Neste caso a seguir dica de alimentos para pessoas que realmente apresentem alergias ao glúten



 IV – Dieta do Índice Glicêmico 
Descrição: Dieta que propõe o controle alimentar a partir do Índice Glicêmico. O Índice Glicêmico (IG) se refere à rapidez com que se altera a glicemia (glicose sanguínea), após o consumo do alimento. Alimentos com alto IG alteram rapidamente a glicemia, elevando-a. Caso a glicose esteja em excesso, será armazenada na forma de gordura corporal. Alimentos com baixo IG liberam açúcar no sangue de forma lenta, e pouco alteram a glicemia. Oferecendo energia constante para o bom funcionamento do corpo, mas não em excesso. 
Prós: Pode proporcionar uma alimentação balanceada, rica em vitaminas, minerais e fibras. Pode ser benéfica aos diabéticos, devido ao controle da liberação do açúcar no sangue. Pode ser usada na perda de peso ou no ganho de massa muscular, dependendo da quantidade de energia, e proteínas oferecidas na dieta.
Contras: Alimentos com baixo IG não necessariamente são saudáveis ou pobres em gorduras ou calorias (batata frita, por exemplo, tem baixo índice glicêmico). Portanto, se a intenção é a perda de peso e a saúde, deve-se controlar a quantidade e qualidade do que se ingere, mesmo que sejam alimentos de baixo IG.
          
         O maior problema é que as pessoas não querem emagrecer, mas sim serem emagrecidas com o auxílio de uma “estratégia mágica”. Querem que o peso adquirido e cultivado por anos desapareça sem esforço em um mês. Na verdade o processo de emagrecimento envolve mudança de hábitos que devem ser cultivados por toda a vida. Não existe dieta pronta ideal, mas sim aquela que é adequada às necessidades particulares de cada um. Para uma perda de peso saudável, o ideal é ter uma alimentação que contemple a sua individualidade, sua rotina e gasto de energia no dia (atividade física, trabalho, horários). É importante assimilar a execução de uma dieta como uma REEDUCAÇÃO ALIMENTAR, que trará resultados a curto, médio e longo prazo. Portanto, fazer uma dieta por 1 ou 2 semanas para depois voltar a hábitos antigos não traz resultados duradouros.

DICAS DE ALIMENTAÇÃO QUE FAZEM BEM A SAÚDE


Bloco 2: Bioquímica - ALUNA: Nadia Seledonio R. Albuquerque - Dieta Milagrosa - Reeducação alimentar


Dieta milagrosa e Reeducação alimentar

          A cada dia surge uma nova dieta “milagrosa”, cujo principal atrativo é a promessa de resultados rápidos para reduzir peso. Sem dúvida, este é o maior desejo das pessoas, razão pela qual, aderem facilmente a essas propostas de tratamento. 
               A preocupação com a estética e com o bem-estar influencia principalmente as mulheres, que em busca por padrões de uma sociedade que cultiva a magreza como sinônimo de beleza, acabam por recorrer a inúmeros tipos de dietas: é dieta dos pontos, dieta da Lua, dieta dos pulinhos, dieta de carboidratos, dieta da proteína, dieta da sopa e etc..; que prometem verdadeiros “milagres” trazendo altos riscos. Essas dietas existem em inúmeras versões, e todas elas apresentam características em comum: apresentam deficiência em nutrientes. 
             A aderência a estas dietas é grande inicialmente, porém a continuidade não é mantida em longo prazo, pelo fato de não retratarem o cotidiano das pessoas. Normalmente, preconizam a adoção de hábitos alimentares que não condizem com a realidade do indivíduo, não sendo possíveis de serem sustentados. 
             O maior problema reside no fato de criarem expectativas irreais tanto na velocidade de perda de peso quanto à quantidade de peso perdido. 
             Por que “funcionam”? Inicialmente qualquer tipo de dieta provoca emagrecimento porque impõe restrição alimentar. A rápida perda inicial deixa a pessoa motivada e animada à prosseguir. Porém, a balança não reflete verdadeiramente a mudança da composição corporal. No começo perde-se líquido, e ao longo da dieta, perde-se também massa magra (músculo) devido ao desbalanceamento de nutrientes. 
           Os perigos das dietas da moda na maioria não são balanceadas e podem causar deficiência de certos nutrientes, por isso, não recebem apoio de médicos e nutricionistas. Efeitos como aumento do colesterol e dos níveis de ácido úrico e queda de pressão são alguns dos males provocados pela ausência de nutrientes na composição dessas dietas “mágicas”.

 Deficiência nutricional 
           Dietas a base apenas de carboidratos ou de proteínas, de fibras ou só de líquido, são prejudiciais a saúde, porque isoladamente esses grupos alimentares não são capazes de oferecer todos os nutrientes de que o organismo necessita. As dietas liquidas, por exemplo, possuem poucas calorias e nutrientes, podendo ocasionar tonturas e indisposição, alem de retardar o metabolismo. Por sua vez, consumir apenas fibras pode interferir na absorção de alguns nutrientes, como os sais minerais.

Excesso de gorduras e proteínas
            Dieta que restringe o consumo de carboidrato conseqüentemente aumenta o consumo de gorduras e proteínas. Vários são os riscos de consumo exagerado desses nutrientes. A ingestão de muita proteína e gordura pode resultar em aumento nos níveis de colesterol e triglicerídeos e até facilitar o aparecimento de doenças graves ou fatais, como infarto e derrame. O fígado e os rins podem ser sobrecarregados, uma vez que também atuam na metabolização da proteína. A insuficiência de fibras (frutas, verduras e legumes), comum em dietas a base de proteínas e gorduras, é prejudicial. Pode alterar o bom funcionamento do intestino e, o mais grave, facilitar o aparecimento de câncer. Falta de carboidratos Nutriente responsável pelo fornecimento de energia, o carboidrato é normalmente banido das dietas que estimulam o emagrecimento rápido a qualquer custo, pois e tido como o vilão do excesso de peso. Porem, a ausência de carboidratos no cardápio pode diminuir a quantidade de serotonina, substancia produzida no cérebro com a função de regular o apetite e a saciedade. A queda de serotonina pode levar a compulsão alimentar e ao aumento da ansiedade, dificultando ainda mais o processo de emagrecimento.

      Efeito Sanfona 
          Caracteriza-se pela perda de peso num primeiro momento e sua recuperação algum tempo depois. É comum nas dietas que prometem emagrecimento rápido sem equilíbrio adequado de nutrientes, como as dietas da moda, após perceber que perdeu seus “quilinhos” a mais, a pessoa volta para os seus velhos hábitos, se esquecendo de que foram seus velhos hábitos que a levaram a engordar anteriormente e que logicamente com o retorno dos mesmos isso voltará a acontecer. 

          Solução
            A grande solução é a reeducação alimentar, que visa a mudança de hábitos definitivamente, não significando que nunca mais poderá comer determinado alimento, mas sim fazer melhores escolhas e incluir alimentos saudáveis ao seu cotidiano. 

                                            Alimentos ricos em gorduras boas
             Com a reeducação alimentar, a pessoa não sofre restrição de diversos tipos de alimentos como ocorre com as “dietas da moda”, tudo é feito de forma gradativa a fim de que seu organismo vá se acostumando aos poucos, sem as loucuras que há em muitas dessas “dietas para perder peso”. 
          A reeducação alimentar individualizada é muito mais eficiente, pois, o profissional nutricionista elabora a dieta com base nas características do indivíduo, seus hábitos, horários, rejeição a alimentos, entre outras informações importantes. É feita uma anamnese, que consiste em um questionário detalhado que vai permitir ao nutricionista montar um cardápio personalizado, tornando a adaptação mais fácil e duradoura. Todo mundo quer emagrecer do dia para noite, porém o emagrecimento rápido sem a reeducação alimentar leva à pessoa a engordar novamente. Tenha paciência e emagreça.

Fonte: www.qualitevie.com.br/textos/dietasmilagrosas.pdf

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Bloco 1: Físico-química 

Aluna: Maria Mylena Oliveira da Silva


Importância dos lipídios na dieta

Os lipídios representam ao redor de 30% do que consumimos diariamente na nossa dieta. Incorporá-los na alimentação é de grande importância, já que por suas características cumprem funções vitais, que permitem um bom funcionamento do organismo.



Os lipídios estão formados por moléculas orgânicas, na sua maior porcentagem por biomoléculas. Estas biomoléculas contêm fósforo, enxofre e nitrogênio.

Características dos lipídios
  • São hidrofóbicos, ou seja, não se dissolvem na água.
  • São solúveis em compostos orgânicos como benzina, clorofórmio, benzeno ou álcool.
  • Os lipídios estão formados por cadeias saturadas ou insaturadas.
  • Alguns são flexíveis e outros rígidos    


Qual é a importância dos lipídios na dieta?
Os lipídios representam ao redor de 30% do valor calórico total diário. Muito diferente do que se acredita habitualmente, todos os lipídios são necessários na dieta, já que cada um deles cumpre uma função específica que não pode ser realizada por outra substância. Este equilíbrio é necessário para que o organismo funcione corretamente.


Levam a cabo diferentes funções
  • Função estrutural: protegem e dão forma aos diferentes órgãos. Dentro deste grupo se encontram os fosfolipídios, colesterol e glicolipídios.
  • Função de reserva: acumulação de lipídios para a obtenção de energia. Por exemplo os triglicerídeos.
  • Função reguladora: atuam regulando os diferentes processos metabólicos das células e órgãos. Dentro deste grupo se encontram as vitaminas A, D, E e K, são lipossolúveis (solúveis em gorduras) e os hormônios.
  • Função transportadora: transportar nutrientes desde o intestino até o órgão de recepção. São exemplo os ácidos biliares e as lipoproteínas. 
Levando em conta como estão compostos os lipídios, é possível entender a importância que estes têm na dieta diária. O importante é consumi-los em proporções adequadas sem se exceder, desta forma se poderá obter todas as suas propriedades sem consequências nocivas para a saúde.
Bloco 1: Físico-química 

Aluna: Maria Mylena Oliveira da Silva



  Estrutura Físico-química dos lipídios

Para entender como os lipídios repelem a água com uma extremidade e a atraem com a outra, é preciso entender como funciona estrutura química básica de sua molécula e a da água. As moléculas de água são naturalmente polares, ou seja, um lado possui carga positiva e, o outro, negativa. Os lipídios não possuem um íon de hidrogênio em uma extremidade, o que os torna estruturas de carga positiva e hidrofílicas, ou atraídas pela água. A outra extremidade tem íons equilibrados, não possui carga e, portanto, é hidrofóbica, ou repelida pela água.

  • Componentes:

Em geral, os lipídios são compostos por quatro componentes: triglicérides, colesterol, ésteres de colesterol e fosfolipídios. Os triglicerídeos e os ésteres de colesterol constituem o núcleo hidrofóbico da molécula lipídica.

  • Colesterol:

O colesterol é um lipídeo que tem recebido muita atenção médica pelo seu potencial de causar doenças cardiovasculares e derrame. Essa molécula é produzida no corpo e é absorvida e liberada na circulação sanguínea a partir de alimentos consumidos. Ela se apresenta em duas formas: como lipoproteína de alta densidade, ou HDL, e lipoproteínas de baixa densidade, ou LDL. Níveis elevados de LDL na corrente sanguínea podem facilmente tornar-se um risco para a saúde, já que a molécula de lipídeo pode se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos e, em conjunto com outras substâncias, formar placas de gordura. Essas placas provocam a constrição dos vasos reduzindo o fluxo de sangue. Acredita-se que o HDL, a forma boa de colesterol, faz o LDL retornar para o fígado, onde ele pode ser adequadamente processado e excretado. Por essa razão, o HDL em níveis adequados pode ajudar a prevenir doenças cardiovasculares.

  • Importância:

É importante que os lipídios sejam capazes de se mover livremente entre a água e outras gorduras, porque, muitas vezes, eles são usados como mensageiros de dentro de uma célula ou através do corpo inteiro. Os lipídios também formam estruturas atômicas muito densas, portanto uma única molécula pode conter diversas ligações que podem ser utilizadas para armazenar e liberar energia química.

Análises de alimentos e ingredientes - Lipídios

  
PARÂMETROS
MATRIZ
LIPIDIOS
(gordura total – extração soxhlet)
Produtos cárneos
LIPIDIOS
(hidrólise ácida Monjonnier)
Conservas de pescados
LIPIDIOS
(gordura total – Monjonnier)
Ovos e conservas de ovos
LIPIDIOS
(gordura total – Butirômetro)
Leite fluido, leite em pó, creme de leite e queijo
LIPIDIOS
(gordura total – Monjonnier)
Doce de leite, leite condensado, leite fermentado
LIPIDIOS
Manteiga
LIPIDIOS OU EXTRATO ETÉREO (extração com solvente orgânico)
Alimentos não industrializados
LIPIDIOS (hidrólise ácida)
Alimentos industrializados
LIPIDIOS OU EXTRATO ETÉREO (extração com solvente orgânico)
Matéria prima vegetal (milho, soja, etc) ingredientes não industrializados para Ração
LIPIDIOS (hidrólise ácida)
Ração e subprodutos para animal (farinha de carne, de viceras, de pena, de peixe) concentrados (palatibilizantes) e produtos industrializados